Você já ouviu falar de Estimulação precoce

Durante meus anos de fisioterapeuta um dos prazeres era trabalhar com bebes, crianças e suas mães, babas e avós. Ajudar a criar o vínculo mãe – bebê, viajar no imaginário, no jogo simbólico da criança e ver a cada dia os avanços de cada um. Aprendi muito com todos. Quando nasce um bebe com síndrome, com doenças se cria um estigma o qual gerará um abalo emocional aos que estão ao redor desta criança. São tantos palpites, medos e rótulos que acabam gerando insegurança no lidar com a criança. Com isso os pais e familiares não conseguem proporcionar o estimulo adequado, por não conhecerem até onde podem ir com seus filhos, quais procedimentos que podem efetuar com a criança. Um simples como pegar no colo, passa a ser uma incógnita. Existem regras universais e uma delas é que para que a criança atinja uma determinada fase do desenvolvimento ela precisa ser estimulada e o primeiro estimulo é feito pela mãe. O bebe olha primeiro o que interessa a mãe, o seu toque, o ato amoroso, a sua linguagem e este reage com sorrisos, olhar cheio de brilho e sinais de contentamento. Nossa primeira ligação afetiva. E preste atenção a reação do seu filho não são apenas gritos relacionados com os cuidados maternos é muito mais que isso. Através deste ato amoroso vão se fazendo marcas e vai se construindo o mundo, os significados ao seu redor do bebe. É no brincar que a criança aprende a criar, a copiar, e formar seus conceitos de vida. Quando trabalhamos a estimulação precoce oportunizamos a criança brincar, a vivenciar o gesto, a sentir prazer e desprazer no movimento, pois é pelo movimento que a criança se expressa. Proporcionamos a criança a construir sua imagem corporal e a experimentar diferentes maneiras seu mundo interno e externo, assim ajudando a desenvolver sua capacidade de acordo com a fase de desenvolvimento em que ela se encontra. Não se trata de nada complicado, são cuidados, brincadeiras, ações que naturalmente utilizamos no nosso dia a dia. Cada criança tem seu próprio ritmo, que aos poucos os pais percebem e aprendem a respeitar. Deve-se respeitar o ritmo e a capacidade da criança. É preciso lembrar que a criança pode levar mais tempo no aprendizado do movimento e que, uma vez descoberto o prazer, poderá querer repeti-lo por muitas vezes para vivenciar intensamente sua realização. Então devemos incentivar a criança ao jogo simbólico através do toque, do gesto, do olhar , potencializar a comunicação com o mundo ao redor. O papel do brinquedo é estimular a brincadeira e não pode se transformado em objeto de terapia estimulatória. O brincar é a atividade central na vida de toda criança. Desde cedo o jogo na vida das crianças é de fundamental importância, pois quando ela brinca, explora e manuseia tudo aquilo que está a sua volta. Qualquer coisa pode ser um estímulo conveniente para criança: um brinquedo colorido, música, conversa, seu próprio corpo, o movimento da casa, porém não é interessante fornecer muitos estímulos ao mesmo tempo, por exemplo, muitos brinquedos, rádio e televisão ligados, outras crianças brincando no local. O excesso de estímulos pode confundir a criança, que não conseguirá concentrar-se em um estímulo em particular e nem perceberá alterações que ocorram no ambiente. Quando estimular? Os pais podem usar de sua sensibilidade para escolher o melhor momento do dia, ou seja, quando a criança estiver seca, alimentada, sem sono e calma. O rendimento da criança será melhor se os estímulos não forem concentrados em um único momento. É melhor realizar poucos estímulos várias vezes ao dia. O brinquedo não pode se transformar numa tarefa a mais para ser vencida, e sim um momento de prazer. Se a criança não quer, não se deve insistir. Vamos lembrar o que Wallon preconiza ” a criança só sabe viver a sua infância e cabe ao adulto conhecê-la”.

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